Quando eu soube que meu intercâmbio
seria na Irlanda, na hora imaginei o Bono Vox me esperando na porta do avião,
com um tapete vermelho, flores nas mãos e cantando na versão capela a música “Beautiful
Day”.
Eu não sei você,
mas eu sou um pouco “viajona”, além de viajada. Na minha cabeça eu viria pra Dublin
e encontraria o vocalista da minha banda preferida (e por que não a banda
inteira?) caminhando pelas ruas do centro da cidade, tomando café na esquina ou
bebendo uma pint de Guinness no Pub
do lado. Aí eu chegaria do nada e o Bono olharia pra mim sorrindo e diria: “Oh
July, you’re welcome”.
É como o
cara que vai a primeira vez pra Porto Alegre e acha que vai ver todo mundo pilchado.
Tipo, prendas com vestidos envergados e peões de botas e espora. Isso tudo já
no aeroporto. “Como é que eu estou no Rio Grande do Sul e ainda não vi um
gaúcho?” É bem capaz do cara se perguntar. É a droga do estereótipo.
A questão é
que desde que eu me conheço por gente eu sou fã do U2 (tá bom, da Xuxa e da
Sandy e do Júnior também... mas isso quando eu era criança). Meu irmão mais
velho tinha uma fita cassete com uma seleção de músicas, tipo as mais tocadas
dos anos 90, e lá no meio estava “With or
Without”. Eu tinha uns 10 anos de idade e gostava muito daquela música. Ouvia
zilhões de vezes. Depois eu fui descobrir a banda e todo o trabalho.
Em 2011 paguei
o olho da cara pra ir no show do U2 em São Paulo. Era um sonho! E foi o melhor
investimento da minha vida. Foi lindo, eu cantei, chorei, fiquei petrificada
olhando a apresentação com aquele palco em forma de aranha gigante, tipo “I don’t believe this”. Tudo isso e mais
um pouco que um fã faz pra ver seus ídolos. E eu nem estou falando de ir pra
fila do show às duas horas da tarde sabendo que a banda de abertura é só pelas
dez horas da noite.
Mas o que eu
realmente quero socializar é que eu não estava completamente errada em relação
ao Bono. Calma! O lance do avião não aconteceu. Eu explico: todos os anos, na
noite de Natal, o Bono Vox aparece na principal rua do centro de Dublin
(aparece? Sim, ele é um astro e astros aparecem), a Grafton Street, pra cantar em prol das crianças carentes da
Irlanda. Uhuuu!!! Eu vi vários vídeos. A questão é que ninguém sabe a hora que
ele vai pintar por ali. Ele faz uma aparição, canta junto com outros artistas
famosos no país, na rua mesmo, no chão, tipo junta a galera e manda ver, e
depois vai embora.
É que a Grafton Street é a rua onde
tradicionalmente os artistas de rua se apresentam. E as pessoas confirmam que
foi ali, no tempo do colégio, que o U2 começou a tocar. E depois a história
toda você conhece. O que me deixou muito triste e surpresa foi saber que (infelizmente)
o ditado se confirmou aqui: “santo de casa não faz milagre”. A maioria dos
irlandeses não gosta do U2. O povo reclama que eles são bilionários mas não
investem no país, que o Bono Vox é egoísta e doa grana pras criancinhas pobres
só pra aparecer, enfim. Outra coisa que pegou muito mal foi que a banda fez o
lançamento de um disco recente com um mega show na Inglaterra. Pra quem não
sabe Inglaterra e Irlanda é tipo Brasil e Argentina. Entendeu? Doeu muito aqui
pros irlandeses. Mas esse sentimento não é geral. No hostfamily onde eu fiquei, o casal era apaixonado pela banda e
dizia que tinham muito orgulho deles. Afinal, muita gente procura saber sobre a
Irlanda por causa do U2. Ufa!
E tem outra
coisa que eu descobri também: aonde o Bono Vox mora! Yeahhh! (lá vem ela de
novo). Ok, ok que eu sei que não vou encontrar o Bono fazendo corrida ao ar
livre e sei também que ele não vai me convidar para entrar e tomar uma cerveja
e nem vai me chamar pelo nome, mas... pelo menos eu posso tirar uma foto com os
seguranças! Melhor, tirar uma foto beeem de longe apontando o dedo lá no fundo
pra casa do cara. Genial! Pra quem ia fazer essa foto com o Google Earth, fazer na Irlanda é nada
mal, não?!
SHOWWWWWWWWWWWWW!!!!!!!!!!!!!!!!!!! What a pleasure to read your whittings!!!!
ResponderExcluirops....writtings!!!
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