sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Primeiro o ouvido, depois a língua!

Quero mandar um beijo pra todos os meus professores de inglês! ;) E pedir desculpas por todas as vezes que eu reclamei quando eles explicavam em inglês as regras gramaticais da língua inglesa. Achava aquilo tão desnecessário. “Pôxa, explica em português”. Aha.


A gente só vê que uma dificuldade é fichinha quando nos deparamos com uma maior, beeem maior. E assim tem acontecido com várias coisas nesse meu intercâmbio. São apertos que você passa e depois pensa, “como eu reclamava de barriga cheia!”. E agora falo da escola, já que ainda não dediquei um post a ela.  
Meu Professor Liam é um irlandês nativo. Ótimo. A questão é que ele não está muito interessado se eu entendo ou não o que ele fala. Ele entra falando e vai embora falando. Tipo carro sem freio.  Se minha cara de “estou boiando” for muito evidente ele repete a explicação falando um pouco mais devagar.
Parece lógico. Ele não sabe português e não faz questão nenhuma de aprender. E é por isso que é bom. E por isso que o cérebro tem que se desdobrar. Eu paguei pra isso. E o mais legal é saber que esse choque inicial acontece com TODO MUNDO. E ninguém morre. Pelo menos eu não vi nenhum morto na escola com uma faixa escrito “causa do óbito: não entendimento dos modais”.
O Liam é uma figuraça. Psicólogo. Doutor em alguma coisa que eu não entendi, e professor de inglês. Super inteligente, adora conversar e contar sobre as coisas do país, os costumes, o que é certo, o que é errado para um irlandês. E eu acho ótimo. Antes que você pergunte eu já respondo: “sim, agora eu já entendo o que ele fala”. Não tudo, é claro, mas uns 85 por cento já vai. E cada palavra nova tem um sabor de conquista. Isso é muito bacana!
Minha turma é o celeiro da diversidade. Tem brasileiro, é claro. Aliás, o que mais tem em Dublin, fora irlandês, é brasileiro. Somos em cinco brasileiros, um coreano, uma francesa, quatro venezuelanos, um espanhol e mais aquele povo que participa pouco das aulas e você não sabe ao certo de onde veio, nem o que veio fazer neste planeta.
O progresso com o inglês acontece em cada aula. E em cada aula você fica sabendo também um pouco sobre a guerra na Coréia, como são as escolas na França, a crise da Espanha, o ódio que os venezuelanos tem do Hugo Chaves porque cada vez que precisam comprar euro, o governo nega. Ficamos sabendo também das garotas que namoram os “irish”, tiramos a dúvida se eles são devagar mesmo ou se as brasileiras é que são muita rápidas, o que cada um faz pra conseguir casa e trabalho. Então, não é só o inglês, entende?
Assim como acontece com a nossa língua mãe, não tem como você chegar e já sair falando uma segunda ou uma terceira língua. Paciência! A primeira tarefa de um intercambista é prestar atenção, mas muita atenção mesmo ao que eles falam e ao modo como falam. Treinar o ouvido. Depois, entender que o sotaque é uma coisa que atrapalha muito, pois uma palavra como little, por exemplo, que a gente aprendeu a falar “lírou”, segundo o inglês americano, aqui eles falam “líto”. O “t” é super enfatizado. É por isso que, quando alguém reclamar pra mim dos sotaques do Brasil, eu nunca mais vou achar que isso é besteira. Faz muita diferença sim!
E enquanto termino o meu homework, se eu pudesse dar só uma dica sobre as escolas de inglês aqui na gringa, eu diria pra você não considerar apenas o critério preço. Ótimo seria preço + qualidade, of course, mas se não for possível, tente apertar um pouco mais o orçamento e optar pela qualidade. Faz muuuita diferença, afinal, é a escola que vai te dar o suporte inicial e você vai depender dela pra muita coisa. Vai por mim!

Um comentário:

  1. Oi Juliana, cheguei aqui não sei como mas resolvi deixar um alô e desejar tudo de bom no seu intercâmbio. Eu estou aqui há quase 5 anos e também escrevo um blog.
    Um beijo

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